OPINIÃO: A ocasião faz o ........produz o discurso

Da Redação

No texto a seguir, você pode escolher a ordem da leitura entre primeiro o I ou II, que o sentido não irá mudar.

I - Em regra, o cidadão quando se encontra na oposição a um determinado governo, tende a se utilizar de um discurso agressivo, mais crítico, de desconfiança quanto aos agentes políticos, fiscalizando os atos dos políticos, demonstrando maior interesse com as questões sociais, com o bem comum (salvadas as exceções).

II - Em regra, o cidadão quando faz parte de um governo ou pelo menos, se sente que faz parte de um grupo que detém o poder de governar, adota um discurso mais brando, menos crítico, de confiança nos agentes políticos, de concordância com os atos dos que governam, é menos fiscalizador e se envolve pouco com as questões sociais (salvadas as exceções).

Até aqui, penso que a mudança que ocorre na utilização dos discursos e nos comportamentos de uma pessoa, seja comum, até porque, em um regime democrático, a rotatividade do poder permite a transitoriedade das pessoas que governam, permitindo viver posições no poder político diferente.

O momento, a ocupação, a ocasião em que se encontra o cidadão é que formata, configura os seus discursos.

É compreendido, é aceitável. O que não se pode aceitar são os discursos e comportamentos de um grupo de sujeitos, tanto do grupo I, assim como do II, que querem impedir que o outro grupo expresse suas ideias, opiniões, críticas, pensamentos, por mais que sejam contrárias.

Tem aquela Máxima de Voltaire que diz:

"Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-lo."

Assim, precisamos prezar pela liberdade de expressão que se entende como o mais amplo direito de falar, manifestar, escrever, e se exprimir como acharmos mais oportuno, com a convicção de que pronunciar um pensamento, uma opinião, não seja jamais um crime.