Texto de Valdemiro Cavalcante
(ex-vereador)
O líder do Governo na Câmara
Reginaldo Cavalcante criticava duramente a administração anterior por não
aplicar um choque de gestão na administração municipal. Será mesmo que ele sabe
o significado do termo choque de gestão?
O primeiro a implementar
esta política no Brasil foi o Aécio Neves quando governou o Estado de
Minas Gerais, seguida por Mário Covas e Geraldo Alkmin em São Paulo, e
que visava principalmente a promoção do desenvolvimento mediante a reversão de
quadros de déficits orçamentários,através da redução de despesas, da
reorganização e modernização do aparato Institucional do Estado na busca de
novos modelos de gestão. O objetivo seria a concreta diminuição das despesas
com expressiva redução ou extinção de cargos comissionados, redução nos gastos
com água, energia, telefone etc. preparando o ente federado para os
investimentos no oferecimento de bons serviços de saúde, educação e segurança e
logística. E o que acontece aqui em Quijingue nesses praticamente 10 meses de
governo do PT do líder Reginaldo?
Vejamos! Tão logo o novo
governo se instalou o Vereador cuidou de aplicar seus conhecimentos
administrativos na suposta modernização e estruturação da administração pública
municipal e influenciar o novo gestor a seguir a risca seus ensinamentos que
basicamente foram:
1- Perseguição aos servidores
que ingressaram no serviço público via concurso,na tentativa vã de tirá-los por
motivos fúteis e inaceitáveis;
2- Perseguição aos
profissionais do magistério que após longos anos trabalhando quarenta horas
semanais, a gestão anterior houve por bem enquadrá-los definitivamente nas 40 h
semanais e ele forçou o executivo a anular os atos anteriores sem nenhuma
justificativa que fosse pelo menos coerente;
3- Cuidou de pagar a promessa
de campanha enchendo as unidades orçamentárias (Secretarias), de pessoal
contratado sem necessidade dessas contratações e de forma irregular em
desacordo com preceitos constitucionais vigentes, e por último o resultado
obtido com o seu choque de gestão que teve as seguintes consequências:
I- estouro no limite de gasto
de pessoal conforme demonstrado na publicação do Relatório de Gestão Fiscal –
RGF do 2º Quadrimestre:
Onde a RCL do período foi de
R$ 27.052.361,12 e com esta receita corrente líquida a despesa total com
pessoal seria a seguinte: DTP: R$ 14.608.275,00 corresponde a 54%, e
o limite prudencial que é de 95% ou seja, 51,3% corresponde a R$
13.877.861,28 e o teto máximo seria 60% que daria o montante de R$
16.231.416,67 incluindo aí os gastos de pessoal do Legislativo. Mas com o
choque de gestão do Senhor Reginaldo,proposto e seguido a risca o quadro
ficou assim:
Dados extraídos da publicação
do RGF 2º Quadrimestre:
RCL: 27.052.361,12
DTP: R$20.880.801,08
Pessoal Ativo R$ 18.873.913,79
Outras Despesas de Pessoal decorrentes
de contratos e terceirização R$ 2.006.887,29 alcançando o percentual de 77,19%
da RCL. Diante desta situação tão séria e comprometedora das contas públicas
cabe à gestão abandonar de vez o choque de gestão bolivariano do Reginaldo que
consiste numa suposta divisão dos salários de um trabalhador formal com um ou
dois informais, segundo denúncias do Vereador Antônio Brito no Plenário da
Câmara do dia 15 do corrente, e trilhar o caminho da
responsabilidade pautada nos regramentos da administração
pública como os artigos 20,22 e 23 da LRF e alguns artigos da nossa carta magna
como o art. 37 e seus incisos e também o artigo 169 com todos seus incisos e
parágrafos que tratam de forma muito clara esta situação.
Não custa nada lembrar que a
gestão anterior achincalhada e repudiada como ruim por ele Reginaldo, depois de
repor as perdas dos servidores, concedeu reajuste aos professores que tiveram
20,2% com ganho real de mais 14%, e fechou o exercício de 2012, com os
seguintes índices:
Despesa Total com Pessoal
ficou em 55,15% pela primeira vez ultrapassando em 1,15% o limite máximo que é
de 54% e os demais limites obedeceram estritamente a legislação em vigor como
se pode verificar:
Aplicação em Saúde 22,62%;
Aplicação em Educação 26,66%;
Aplicação com os professores
(Fundeb) 60,20%.
Concluindo tenho a clara
percepção de que Gestão Pública não pode ser ignorada e deixada sem
o apoio e conhecimento técnico para tal mister. Só funciona quando a
governança é praticada por profissionais competentes e comprometidos com a
causa pública, não há quem possa prever o que vai acontecer com o futuro de
todos se as medidas corretivas de gestão responsável não forem
imediatamente aplicadas.
Peço que respeitem e tolerem a
minha manifestação que está baseada no meu sagrado direito de opinar quando
achar necessário. Estou com isso mostrando que a administração precisa seguir
caminhos normais e não o voo cego e irresponsável ora praticado.
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