“Na campanha, metiam o pau... Na campanha tá cheio de milagreiro. Fazedor de milagres”, diz vereador criticando seu governo

Inicialmente, o vereador João Batista (PT) solicitou que algum de seus colegas desse uma explicação sobre a situação da ONG contratada pela prefeitura por R$ 4,5 milhões. O vereador queria saber se alguém teria descoberto alguma coisa. Desejava saber ainda qual era a finalidade desta empresa e, se a prefeitura já teria repassado algum valor.

O que o vereador queria saber era sobre o Instituto de Desenvolvimento da Educação e da Saúde (IDESP), contratado pela prefeitura de Quijingue, no valor de R$ 4.527.000,00 para a prestação de serviços nos postos, programas e atendimentos da secretaria de saúde e da ação social. Em matéria deste blog, mostramos que esta mesma empresa foi vencedora de uma licitação pela prefeitura de Feira de Santana, no valor um pouco menos, R$ 4,3 milhões para prestar serviços muito mais complexo, compreendendo as áreas de Ultrasonografia, mastologia, endoscopia, colonoscopia, gastroenterologia, endocronologia, dermatologia, radiologia, citologia, colposcopia e microflora.

No aparte ao discurso de João Batista, o líder do governo, vereador Reginaldo Cavalcante, informou que a prefeitura suspendeu o contrato com esta cooperativa por conta de que o TCM não recomenda que utilize cooperativas para as finalidades que a prefeitura pretendia.

Batista disse que alguma coisa teria que ser feito, e cobrou uma resposta urgente do prefeito com relação à proposta de um empresário de Algodões para oferecer serviços de consultas em diversas especialidades médicas e exames de maior complexidade. “É uma briga danada para se fazer um exame médico e uma série de coisas”, justificou.

João Batista não poupou críticas com relação aos gastos da prefeitura na realização de festas nos povoados. Batista comparou o seu governo com a política da Roma Antiga; conhecida como “política do pão e circo”, onde o governo buscava promover os espetáculos como um meio de manter o povo afastado da política e das questões sociais. Era, em suma, uma maneira de manipular os plebeus e mantê-los distante das decisões governamentais.

O vereador considerou um paradoxo: declara-se “Situação de Emergência” e, por outro lado, esbanja nos gastos com festas. A prefeitura deve gastar em torno de R$ 1,5 milhão com as festas, estimou o vereador. Com esse dinheiro, segundo o vereador, daria para aplicar no transporte, na aquisição de carros pequenos e ônibus para aumentar o número de pacientes para ir para salvador, pois muitos acabam perdendo consultas ou exames por falta de vagas no transporte, informou.

Por conta dos problemas que vêm ocorrendo no transporte das pessoas para Salvador, João Batista disse que “daqui a pouco os pacientes vão tá morrendo de estresse no caminho. Isso é um absurdo”. Defendeu que o prefeito precisa bater o martelo e dizer: “pessoal, esse ano não se tem festas. Arruma com os amigos um acordeom , um pandeiro... Esse dinheiro vamos aplicar na saúde”. "Podem chiar, podem meter o pau". Afirmou que é preciso aplicar na saúde para atender a necessidade do povo, disponibilizando serviços médicos especializados. Pois na campanha todos metiam o pau. “Na campanha tá cheio de milagreiro. Fazedor de milagres”, externou.

"Não se faz Caixa 2? Se faz. Minha proposta é fazer um fundo, mas não para alguém tirar vantagem, mas para atender a necessidade do povo. Precisou de algum especialista? Tome aqui. Tem dinheiro", finalizou.

(inf. Sessão da Câmara Municipal, 19/11/2013)