Vereador Antonio Brito diz ser favorável a demissão de todos os secretários de Almirinho

Se dependesse da vontade de Antônio Brito (PT), vereador da base aliada do prefeito Almiro Costa Abreu Filho (PT), em 2014, haveria reforma no governo, a começar pela substituição de todos os secretários municipais. “falando de secretários, eu defendo que o prefeito faça uma demissão coletiva (...) O Almirinho tem que passar um pau em todos os secretários... não tem um...” , defendeu Brito.

Antonio Brito (PT) e o vereador Zé do Pife alegaram que os secretários do governo não atendem telefone dos vereadores e quando atendem não retornam; dificultam o atendimento nas secretarias, fazendo os vereadores pegar filas para poder recebê-los. Quando o vereador João Batista (PT) disse que a ele os secretários atendiam, Brito respondeu que era sorte dele. Antonio Brito ainda fez críticas relacionadas a um assessor do prefeito, que segundo ele, andou declarando que não votará no candidato a governador da Bahia apoiado pelo Prefeito Almirinho, Rui Costa.

“Dizer que o Carlinhos do Zi não vota no Rui Costa pra mim arrepia. Quando o cara tem um cargo de confiança do prefeito e ele não segue as diretrizes do prefeito!”. Disse ainda que o prefeito, para mostrar que é macho, deveria demiti-lo. “Vou externar aqui oficial: pode anotar, pode publicar. Se eu fosse o prefeito demitia na hora. Como é que eu tenho um assessor, onde ele não vota em meu candidato? Filiado no partido da executiva do partido e diz [que não votará no candidato Rui Costa]”.

COMENTÁRIO:

Pelo que se pôde observar do comportamento de Antonio Brito nesta nova gestão, parece que o mesmo ainda não conseguiu se encontrar nesta legislatura. Na passada, Brito era um dos edis que mais fiscalizava o ex-gestor de Quijingue, denunciando tudo aquilo que considerava errado. Fiscalizava os serviços de saúde, as licitações, os serviços de Transporte Escolar, denunciando quando achava necessário. Talvez, esse antigo comportamento, tenha sido motivo contundente para que centenas de eleitores novamente o escolhesse para permanecer no poder legislativo, nas eleições de 2012.

Nesta nova legislatura, Brito começou seu mandado criticando o governo, cujo qual faz parte; a ponto de declarar que a administração de Almirinho estava pior do que à de Joaquim, quando se referia aos serviços de saúde vistos como precários (VER). As declarações não eram de qualquer vereador, era de Antonio Brito, bastante conhecido pelas secretárias de saúde das gestões passadas, por conta do acompanhamento que fazia junto aquele órgão. ‘Brito sabe o que diz’, muitos pensava depois destas declarações.

Com as primeiras declarações de Brito, a impressão que se tinha era a de que o vereador iria atuar de forma independente, como vinha fazendo, como deve ser a atuação do legislativo, não se sujeitando a qualquer privilégio que um parlamentar pode obter em troca de apoio ou de fazer vistas grossas contra os malfeitos de um gestor. Se a população não podia mais contar com o vereador Reginaldo Cavalcante, pelo menos ainda tinha Antonio para se somar a outros, imaginava-se.

Mas, com relação às críticas ao governo, o vereador recuou. Ressurgiu denunciando um veículo que estaria, supostamente, alugado pela prefeitura e sendo utilizado de forma irregular (VER). O fato gerou muito polêmica, pois se tratava do carro que o vereador e colega de partido, Romerinho, fazia uso. Romerinho rebateu a denúncia, apresentando, em sessão plenária, vários documentos, entre uns, uma declaração da empresa que presta serviço de transporte à prefeitura, atestando que o veículo denunciado não fazia parte da frota alugada (VER). Antonio Brito não replicou, muito menos voltou ao assunto. Reapareceu, novamente com uma denúncia: tratava-se de uma acusação contra outro vereador e colega de partido, vereador Reginaldo Cavalcante, de estar orientando funcionários da prefeitura a dividir salários com outros que não foram contratados (VER). O assunto morreu ali mesmo. A denúncia ficou apenas entre as quatro paredes da câmara e nos ouvidos daqueles que sempre buscam ficar informados sobre o que acontece na casa do poder legislativo.

Ainda veio as críticas ao quase-vereador, Almir Terra Branca, que estaria envergonhando a administração de Almirinho por conta de um campeonato de falcatruas, misturando recursos públicos com privados, afirmou o vereador (VER). Muitos foram os leitores, por meio de comentários (maioria anônimos) que discordaram destas críticas.

Agora, tivemos as críticas de Antonio Brito aos secretários de Almirinho e seu assessor. E logo em seguida, se absteve da votação para a criar a CPI e, por último, assinou um decreto legislativo que enterrou de vez a possibilidade dos vereadores de Quijingue, através de uma comissão especial, investigar o prefeito Almirinho sobre a suspeita de irregularidades na contratação de uma empresa para fornecer eletro e eletrônicos à prefeitura (VER).

Não quero aqui fazer nenhuma acusação ao prefeito; porém, o vereador decide pela não CPI mesmo ele sabendo que o homem é corrupto por natureza e pela certeza da impunidade (palavras dele na sessão do dia 10/12/2013).

Não pretendo também atribuir nenhum juízo de valor a respeito do comportamento do vereador. Mas, resta saber se aqueles que o elegeram, se concordam com tais comportamentos. Ou se tais posturas lhe rendem admiradores. Pois, os que são favoráveis à proteção e blindagem do prefeito Almirinho, estes estão se identificando com o vereador Reginaldo; e quem sabe, até com aqueles que “pularam” para o governo.