Fizeram da festa dos Algodões uma tentativa de recuperar a popularidade do prefeito

2ª Carta aos cidadãos desatentos


É verdade que os governantes, de modo geral, se utilizam dos recursos públicos para se autopromover. Não tenha dúvida. Em Quijingue não seria diferente, não é verdade?  Um prefeito novo, vaidoso, dito popular, iria fazer diferente? Você esperava diferente?

Mas, o maior “pecado” (eu digo), está quando as pessoas tentam justificar um crime, um erro, ou um ato imoral de alguém ou mesmo de um político, justificando que todo mundo também comete. “Ah, todo político rouba!”, “Ah, sempre foi assim!”, “Ah, não tem jeito pra mudar não!”, “Ah, eles não criticavam!”. São discursos que têm o objetivo de imobilizar, conformar as pessoas, para aceitarem as coisas como são, e não se incomodarem... E assim, não criar o desejo de mudança, de querer diferente, de revolta com uma dada situação. São discursos que, para alguns, funcionam como uma “injeção de diazepam”.

Vamos voltar ao assunto da utilização dos recursos públicos para a autopromoção. Deixemos de lado a generalização e vamos conversar sobre o prefeito de Quijingue que, no momento não está sendo bem avaliado, e apresenta um índice de impopularidade alto:

Quem foi à festa dos Algodões, acredito que percebeu como o prefeito se utilizou do momento para tentar se autopromover e, com isso, levantar o ibope da aprovação de seu governo pela população de Quijingue. Isso ficou escancarado. Pois, todo mundo sabe que o índice atual de aprovação do governo Almirinho é pífio, por isso, resolveram investir pesado na sua promoção utilizando-se a locução da festa daquele distrito.

Todo mundo sabe que a festa dos Algodões foi financiada com recursos públicos. Ou seja, quem patrocinou a festa foi a Prefeitura de Quijingue, que financiou com recursos financeiros provenientes dos impostos que eu, você, nós pagamos. Todo mudo sabe também que a população de Quijingue escolheu o Sr. Almiro Abreu para gerenciar esse dinheiro. Até aqui, beleza. Nada mais justo que, no início da festa, a organização informar ao público presente que aquela festa está sendo patrocinada pela Prefeitura de Quijingue e, esta, está sob a administração do prefeito Almiro. Ok. Não precisa de mais nada, além disso.

Mas, o que se obervou foi o uso da máquina pública para a autopromoção. Apostaram na embriaguês mental das pessoas para obter de volta a popularidade do prefeito. Toda hora o nome do prefeito era exaltado. Toda hora era agradecido (“obrigado Almirinho”, “parabéns Almirinho”). Inclusive, criaram até um slogan para aquela festa que dizia assim: “A mudança está aí só não ver quem não quer”. Eu digo que não é questão de não querer ver a mudança. É que ela ainda não se fez realidade. Mas, talvez, muitos naquele momento nem conseguiam mais raciocinar.

Não sei até que ponto isso funcionou, pois, acredito que assim como a embriaguês física passa em poucas horas, a mental também passa. Será que adiantou repetir isso? Será que o povo passou a ver a mudança por conta das repetições do locutor?... Abre parêntese (Até o pré-candidato Rui Costa - que tem tudo a ver com isso -, recebeu ofertas de abraços da locução, como se ele estivesse na festa. Promoção também às nossas custas)... Fecha parêntese. É incrível como se buscam a autopromoção.

Outra aposta para obter de volta a popularidade do prefeito consistiu na utilização de um Telão para exibir, durante os festejos, as obras que o prefeito teria realizado. No entanto, exibiram imagens de obras que se quer foram iniciadas. Digo como exemplo, as fotografias de casas do programa Minha Casa Minha Vida que estariam sendo construídas  em Algodões, aonde?!!

Pois bem: ao invés de terem utilizados um telão para fazerem propagandas enganosas do governo ou para divulgar obras que nem foram se quer realizadas, deveriam ter utilizado para a prestação das contas à população. Mostrar realmente o que foi realizado pela administração. Ou não estão lembrado? Não lembram? Então vou lembrá-los de uma: nada mais justo exibir as fotografias das escolas que a prefeitura realizou as pinturas. Lembraram? Da contratação da Grautech, da Loja de Tucano etc etc. E, como sugestão, poderiam colocar ao lado de cada fotografia o valor da pintura de cada uma das escolas. Exemplo: Escola Manoel Fidelis da Silva = R$ 100.000,00. Por que não fizeram isso? Não cobravam a tal transparência!!!!!

Autor: Inocêncio Cavalcante (LAU)