A
prefeitura de Quijingue vem ampliando cada vez mais a estratégia da
terceirização de seus serviços. Como se já não bastasse a terceirização dos
serviços de Transportes Escolar e os de reforma de prédios escolares e postos de saúde, a prefeitura ampliou a terceirização dos serviços públicos contratando empresas
para os de limpeza pública, da administração da casa de apoio em salvador,
da manutenção da rede de iluminação
pública, para os serviços de saúde
nos postos e dos programas ligados a Secretaria de Saúde, bem como os serviços
de limpeza neste setor; serviços ligados à
Secretaria de Ação Social, como PETI
e PROJOVEM também estão
terceirizados. Uma verdadeira privatização
do setor público.
Pois
bem: se está havendo um aumento da terceirização no âmbito da administração
pública municipal, a hipótese que podemos levantar é a de que, a estratégia de
terceirizar os serviços que a prefeitura tem o dever de prestar com eficiência aos
cidadãos, está se tornando mais “rentável”, mais “lucrativo”.
Mas,
aí cabe a pergunta: mais rentável, mais lucrativo para quem, como? Como se explica
isso?
Aí
entra a explicação que todo gestor acha no dever de profanar: (abre aspas): “A terceirização do setor público
possibilita uma maior qualidade nos serviços públicos e mais eficiência na
aplicação dos recursos” (fecha as aspas).
“Qua qua qua!”.
Será
isso mesmo? Em que sentido os serviços de limpeza pública, que recentemente foram terceirizados, tornou-se mais
eficiente e mais rentável? E os demais serviços terceirizados em que melhorou? Façamos uma
reflexão.
Se
isso fosse verdade, não teríamos tantos problemas no Transporte Escolar que há
tempos foi terceirizado e que sempre nos tem dado problemas que a cada dia vem piorando
mais e mais: ônibus sucateados transportando crianças à escola, motoristas conduzindo
estes veículos sem habilitação, tratamento desrespeitosos com os alunos durante
o transporte, transporte de passageiros particulares com os alunos, descumprimento de
determinações da Secretaria de Educação, dificultando o cumprimento da carga
horária obrigatória etc etc etc.
Os melhores veículos utilizados no Transporte Escolar no município são
os “Amarelinhos”, ou seja, os melhores veículos da frota utilizada no transporte dos estudantes são os ônibus financiados pelo FNDE e pertencentes à
prefeitura. Mas, a terceirização destes serviços não seria para melhorá-los?
Mas, outro gestor, assessor ou porta-voz dirá: (abre aspas) “Mas, com a terceirização é possível pagar um salário mínimo a todos os
funcionários. E também reduzir o percentual de pessoal”. (fecha aspas).
Pois
bem: esse gestor ou quem quer que seja, merece o certificado de “Ingerente
Público”. Pois observe: se um empresa, que recebe repasses de um órgão público para
a prestação de um dado serviço, consegue pagar um salário mínimo a todos os
seus funcionários, recolher contribuições previdenciárias e ainda obter lucros,
por que que o próprio órgão não consegue fazer isso? Outra: por que que há a “necessidade”
de se aumentar o percentual de 54% de pessoal? Utilização da máquina pública para
beneficiamento político?
Quando
será a vez da privatização da Educação e do restante da Saúde? Alguém diria que
já começou: pelo menos no Estado.
Outra:
com essas privatizações todas, qual será a atividade dos órgãos públicos? Elegeremos
um prefeito apenas para contratar empresas para a prestação de serviços que ela deveria prestar com eficiência? Onde isso vai parar?
Está tramitando
na Câmara Federal o Projeto de Lei 6762/10, do Senado, que proíbe a contratação
de empresas para prestar serviços relativos à atividade principal dos órgãos e
entidades da administração pública. Embora alguns tribunais já reconheçam a
impossibilidade da terceirização de área-fim no serviço público, essa vedação
ainda não está prevista na Lei de Licitações (8.666/93).
O autor
da proposta, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), espera evitar prejuízos aos
cofres públicos em virtude de contratos de terceirização desnecessários e de
problemas judiciais trabalhistas e previdenciários.
"Sobram
denúncias sobre abusos nessas contratações, que têm se estendido à realização
de serviços inerentes à atividade-fim da administração pública, como saúde e
educação", afirma Crivella.
Na realidade até a função de Prefeito foi terceirizada também, quem exerce a função que deveria ser de Almirinho é Osavaldo.
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