“Passado
as comemorações de final de ano, onde muitos colocaram o sapatinho debaixo da
cama à espera quase intangível de ver as atitudes do gestor do município de
Quijingue tomar outro rumo e, que logicamente o papai Noel nem deu sinal de
vida”. De volta a
realidade crua, a maneira como foi articulada e idealizada a manobra para
acabar ou anular a CPI da “pampulha”, como ficou conhecida não poderia mesmo
ter um epílogo menos indecente, influenciadas pelos escândalos das notas
fiscais “frias” de uma administração mergulhada
em um “mar de lama podre”, e uma Câmara de vereadores com sinais nítidos
de ditadura militar.
Tudo começou com a aprovação do
requerimento do vereador Clovis Cavalcante na sessão ordinária do dia 10 de dezembro
de 2013, para apurar fatos determinados com prazo certo de duração. O
requerimento foi aprovado por 1/3 dos membros Câmara Municipal por deliberação
do plenário, onde foi observado o quorum previsto regimentalmente, como dispõe
o artigo 27§ 4º da Lei Orgânica do Município e os pressupostos formais e
substanciais.
Registre-se que o requerimento que
pedia a instalação da CPI foi enriquecido com justificativa, na qual delineou,
com clareza e precisão, o alcance da investigação que se pretendia realizar por
meio da Comissão Parlamentar de Inquérito, aspecto este solenemente desprezado
pela presidente da Câmara de Vereadores de Quijingue.
Acrescente-se, ainda, que a
pluralidade de fatos narrados no pedido de instauração da CPI encontra-se
interligada com o objeto central do pedido, qual seja, o da averiguação de
fatos determinados relativos a abusos ou ilegalidade do poder público.
Ao meu ver, e da maioria esmagadora de
jurista conceituados, a instauração do inquérito parlamentar está vinculada
unicamente, a satisfação de 03 (três) exigências definidas, de modo taxativo,
no texto da carta política: 1º- é o pressuposto formal, que o requerimento
contenha , no mínimo 1/3 dos vereadores. 2- o pressuposto substancial, que é
apuração do fato determinado a ser objeto da investigação. 3- pressuposto
temporal, que é o prazo certo. Preenchidos os requisitos constitucionais,
impõe-se a criação da CPI, que não depende, por isso mesmo, da vontade
aquiescente da maioria legislativa ou de qualquer outro regimento interno. O RESTO É INVENCIONICE DO VEREADOR OU DOS
VEREADORES.
Estou usando termos técnicos porque o MANDADO DE SEGURANÇA impetrado pelo o
vereador Clovis Cavalcante e subscrito por mim, que foi dado entrada no dia 09
de janeiro de 2014 e distribuída na única vara da fazenda pública da comarca de
Euclides da Cunha, com o objetivo de anular a sessão do dia 17 de dezembro de
2013, está com a mesma linha de pensamento.
Em defesa ao direito das minorias
parlamentares, decidiu o Supremo Tribunal Federal que, preenchidos os
requisitos constitucionais do art. 58, § 3º, da Constituição Federal existe “direito público subjetivo, nesse
dispositivo assegurado, às minorias legislativa, de ver instaurado o inquérito
parlamentar, com apoio no direito de oposição, legitimo consectário do
principio democrático”. E conclui ser obrigação a instalação da CPI.
Os vereadores Clovis Cavalcante e
Antonio Brito mesmo de lado opostos foram taxativos em afirmar que “Nunca houve
nessa Câmara a obrigatoriedade de juntar o requerimento no prazo de 24 horas”
Muito pouca gente deve lembrar de
alguma ocasião em que se falou tanto de corrupção de uma administração como se
fala atualmente e de um vereador que tentar blindar um governo qualitativa e
quantitativamente desorganizado e enfraquecido moralmente e politicamente.
Analisando os autos, não se enxerga
nulidade alguma no “requerimento” como quis parecer crer o líder do governo, onde
fez, como sempre sua defesa prévia com discurso moralista, ancorado em um pilar
que fez, faz e fará mal aos cidadãos quijinguense por muitos anos, em uma
armadilha montada pelo gestor que não teve a humildade de admitir os erros
cometidos e enfrentar as forças da oposição, deixando, assim, transparecer que
o escândalo parecem maiores e mais graves do que realmente são.
Muita conversa e discursos medievais
na Câmara de vereadores de Quijingue na última sessão, como se viu e se vê. Mas
será que valeu a pena mesmo terem impedido o funcionamento da CPI? Não! Num
olhar mais atento logo se vê que foi uma manobra política e covarde perpetrada
pelo líder do governo e deferida pela presidenta da casa.
Gasta-se muito latim em Quijingue,
também, com lembranças e discursos do Vereador Reginaldo, como se ele fosse um
herói da história recente. Mas, quando se sai da biografia e vai ver a obra, o
que aparece? Na vida como ela é, aparece um cidadão que achou possível se
assemelhar a um “deus”; e isso sem combinar com a população. E, esqueceu de
olhar rapidamente no espelho e enxergar a verdadeira face do mal: um
“farsante”, um “aloprado”, um “irresponsável”.
É uma vergonha! Vergonha! Vegonha!
AUTOR: Felisberto
Filho,”Betinho” é advogado, pós-graduado na área de Gestão, Controladoria e
Auditória de Contas Públicas Municipais e, Mestrado em Ciências Criminais.
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ResponderExcluirBetinho, estava sentindo falta dos seus comentários. Como um advogado brilhante e que escreve muito bem, e ao falar da presidente da Câmara , Célia ([CENSURADA] ) e o líder do prefeito Reginaldo (C E N S U R A D A ), me preocupa como será este ano frente ao comportamento dos vereadores e do prefeito como o dirigente maior dos destinos do município. Fiquemos atentos e espertos pois coisas piores virão neste 2014 fatídico, onde o imprevisível pode acontecer. Aguardemos, pois!
ResponderExcluir*Comentário modificado pelo moderador
Não entendi porque foi modificado pelo dono do blog pois tá tudo escrito na matéria do Betinho acima.
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